sexta-feira, 21 de março de 2014

DIA 21 DE MARÇO, É O DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

A data foi escolhida pela Associação Internacional, Down Syndrome International, em alusão aos três cromossomos no par de número 21 (21/3) que as pessoas com síndrome de Down possuem.

A diferença que não faz diferença



Um acidente genético no cromossomo 21: um cromossomo a mais de características especiais. O excesso de material genético - resultante de um erro na divisão celular durante a divisão embrionária, faz com que as pessoas com Síndrome de Down (ou SD) tenham, em vez de dois cromossomos no par 21, somem três. A SD pode ser observada através de características físicas e cognitivas como olhos amendoados, pescoço e dedos curtos, flexibilidade excessiva nas articulações e comprometimento intelectual, o que, consequentemente, acarreta em uma aprendizagem mais lenta desses indivíduos. 

O 21 de março foi escolhido como Dia Internacional da Síndrome de Down para fazer uma analogia com o acidente genético que provoca a síndrome. A data existe há nove anos e foi reconhecida em 2012 pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizadas no censo 2000, cerca de 300 mil pessoas possuem a SD no Brasil. Em Sorocaba não há dados estatísticos que possam quantificar o número de Downs na cidade. 

Apesar das diferenças, essas pessoas são como qualquer indivíduo sem a síndrome: trabalham, praticam esportes, navegam na internet, vão para a balada e até mesmo namoram. Paulo Roberto Campos do Amaral, de 30 anos, é praticamente um multiatleta: pratica futsal, atletismo e natação. Disputa competições de natação em todo o Brasil pela equipe da cidade de Marília, em São Paulo, e possui uma coleção centenária de medalhas: 137 no total. No ano passado, ganhou o primeiro lugar do Campeonato Brasileiro de Natação. Tudo isso convivendo com a Síndrome de Down. O atleta profissional pratica natação há 10 anos e confessa que é uma das coisas que mais gosta de fazer. "Antes de ser profissional, o médico me recomendou a natação porque estava com problemas na coluna. Hoje, eu adoro nadar e é uma coisa que me faz muito bem", revela. 

Além de todas essas atividades, Paulo ainda divide parte de sua rotina com a namorada, com quem está há quase um ano. "Conheci a Maiara em uma festa organizada pela associação que frequento, a Felicidade Down. Foi paixão à primeira vista. Eu a amo muito", conta entusiasmado. 

Trabalho, namoro e diversão 

Maiara Garcia Brosque, tem 18 anos e trabalha, estuda, participa de aulas de teatro e dança e fala inglês e espanhol. É admirável a maneira como a jovem divide perfeitamente suas atividades em apenas 24 horas diárias. De manhã, ela trabalha em uma concessionária de veículos como fiscal, à tarde prepara-se para o vestibular que fará no próximo ano e à noite vai para o colégio. "Estou estudando bastante para poder entrar na faculdade. Mas ainda não sei que curso quero fazer, por enquanto é direito, mas já pensei em turismo e design de interiores. É difícil porque gosto de tudo", frisa. Além dos estudos, a jovem ressalta que sempre tem um espacinho na sua rotina para falar o namorado, Paulo, e ir ao cinema. 

Apesar de esbanjar simpatia e ser bem falante, Maiara cita que já sofreu preconceito por parte dos colegas de sala. "Os grupinhos ficavam me olhando e comentando. Eu não me sentia bem. Antes eu tinha amigos na escola, mas hoje em dia prefiro ficar mais na minha e focar nos estudos. Já tenho meus amigos no grupo Felicidade Down que me identifico", analisa a estudante. 

Bruna Teresa Santos têm 31 anos e trabalha desde os 14 anos. Atualmente, trabalha no setor de recursos humanos de uma multinacional e adora o que faz. "Este ano vai fazer quatro anos que estou lá e adoro o meu trabalho. Eles me dão muito amor e carinho". Bruna conta que desde criança tinha o sonho de trabalhar. Foi aí que se ofereceu a fazer parte da equipe de uma rede de lanchonetes fast food e conseguiu seu primeiro emprego, aos 14 anos. 

Além da função que desempenha dentro da empresa, Bruna não esconde outros sonhos que carrega com si. "Quero viajar para os Estados Unidos para fazer muitas compras e passear. Também quero ser atriz e por isso já faço aulas de teatro e dança há algum tempo", ressalta. Na vida amorosa, Bruna garante que está muito feliz. "Namoro com o André há quase um ano e nos damos muito bem. Ele também gosta de rock e de ir ao shopping comigo". Sobre os lugares que mais gosta de sair com seu companheiro, Bruna não se inibe. "Gosto de ir no cinema, mas prefiro ficar com ele em casa ou ir jantar em um restaurante chique", confessa em meio à risadas. 

Ele toca bateria há 5 anos, frequenta a academia, pratica atletismo e compete nacionalmente o futebol de salão pela equipe da cidade de Marília. Pode parecer difícil de imaginar realizar tantas atividades, mas André Bortoletto Ribeiro, de 23 anos, também adora viajar. "Já fui duas vezes para os Estados Unidos e adoro a praia". Embora seja tímido, André adora namorar e garante: é romântico assumido. "Amo a Bruna e gosto de dar presentes. No último dia dos namorados comprei um buquê de rosas para ela". O atleta já terminou os estudos em um colégio convencional e pretende fazer curso de fotografia em breve. 

Sobre as relações amorosas dos indivíduos da Felicidade Down, sobretudo, de sua filha Bruna, Célia Regina dos Santos opina que é algo natural. "O sonho da Bruna era beijar e hoje ela está em seu segundo namoro. O que para eles é um "namorasso" "para nós, pais, é um namorinho. Existe uma preocupação, mas é algo inocente", opina. (Supervisão: Admir Machado).

Fontes: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/537638/a-diferenca-que-nao-faz-diferenca
             http://www.youtube.com/watch?v=Ju-q4OnBtNU

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