NEUROPATIAS
A
neuropatia diabética é definida como "uma lesão do nervo periférico,
somático ou autônomo, atribuível exclusivamente ao diabetes mellitus" e
pode apresentar-se na modalidade de polineuropatia distal simétrica, simétrica
proximais motoras e focais e multifocais. Acredita-se que as neuropatias
isquêmicas possam manifestar-se com um evento isquêmico agudo, em um nervo, um
plexo nervoso ou uma raiz nervosa. Em conseqüência disto, este tipo de
neuropatia tende a ser de aparecimento súbito, de distribuição assimétrica e a
ter curso autolimitado.
A
polineuropatia distal simétrica representa 90% das neuropatias periféricas e
tendem a apresentar um início insidioso, com distribuição simétrica e curso
progressivo, envolvendo nervos tanto motores quanto sensitivo. Tipicamente,
tanto as pequenas, quanto as grandes fibras do nervo são envolvidos. Há uma
degeneração distal e retrógrada, (Disturbio
meia-e-luva) do nervo. A neuropatia dos nervos motores do pé, pode ainda
resultar em hipertrofia dos músculos, deformidades dos pés e pontos de pressão
anormais (Almofada
de Harris), dor, dormência e/ou diminuição da sensibilidade postural
resultando em alterações da marcha. A neuropatia clínica, pode ser documentada
através de um exame de rotina dos pés, e confirmada pelo exame
quantitativo do nervo (teste
quantitativo).
As
neuropatias de encarceramento, ocorrem quando um nervo é comprimido em um
compartimento específico do corpo. Elas tendem a apresentar um aparecimento
gradativo e ocorrer numa distribuição assimétrica, porém podem ocorrer
bilateralmente e muitas vezes apresentar um curso progressivo.
A
neuropatia simétrica proximal motora, geralmente ocorre depois de oito a dez
anos de duração do diabetes, muitas vezes faz com que o paciente procure
atenção do médico, ao buscar alívio da dor. Essa dor geralmente piora a noite
(em oposição ao final do dia de trabalho), piora com o repouso (ao invés de
melhorar), e é aliviada com o movimento (ao invés de agravada). Contudo, o pé
insensível é silencioso e pode levar a úlceras e amputação do pé, caso não seja
efetuado tratamento adequado. A neuropatia autônoma, pode resultar em
relaxamento (abertura) dos shunts arteriais, na superfície plantar do pé. A abertura
desses shunts, devida a desnervação simpática, resulta em um redirecionamento
do fluxo sangüíneo para fora dos capilares nutrientes e para a superfície da
pele, ocasionando diminuição do oxigênio transcutâneo e causando a
arterialização do sangue venoso do pé.
A
neuropatia autônoma também pode causar diminuição da função sudomotora
(desaparecimento da sudorese), fazendo com que o pé se torne seco com
rachaduras. A proteção natural e a integridade da pele desaparece, e isso
coloca o pé sob maior risco de lesões mecâncias. Há também, perda do tecido
adiposo subcutâneo no pé. Ainda que a etiologia dessa perda de tecido adiposo
não esteja totalmente explicada, alguns investigadores acreditam que ela esteja
associada à neuropatia autônoma. A perda dessa gordura subcutânea aumenta os
pontos de pressão no pé. O uso de sapatos e
palmilhas adequadas, auxilia a minimizar os pontos de pressão.
A neuropatia
dos nervos motores do pé, pode resultar em hipertrofia dos músculos,
deformidades dos pés e pontos de pressão anormais. A neuropatia sensorial
do pé, pode resultar em dor, dormência e/ou diminuição da sensibilidade
postural resultando em alterações da marcha.
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